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"Max e Moritz" de Wilhelm Busch

  • Stefanie Herzog
  • 19 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de mar.

Trago aqui o prólogo e o primeiro capítulo da históra infantil mais famosa da Alemanha.


Em vida a dupla não trazia

A ninguém muita alegria.

Aqui pintei suas travessuras,

Razão de tantas amarguras;

mas tu as vês te deleitando,

Pois não estão te afetando.

Mas cuide pra não esquecer:

O que plantas terás de colher.


Prólogo

Ai, de crianças vis, malvadas

Ouve-se mil histórias contadas!

Como desses dois garotos,

Um é Max, Moritz o outro.

Embora esforço não faltara

Sua criação pro bem falhara

Pois em segredo, à vontade,

Faziam graça de bondade.

Mas malefício e travessura,

Exerciam com bravura!

Roubar fruta, zombar de gente,

Torturar bicho cruelmente;

É bem melhor, mais divertido,

E também menos doído

Que passar a semana inteira

Na escola, na cadeira.

Mas infelizes, vão se dar mal!

Só imagino o final!!

Ai, que fato mais sofrido,

Max e Moritz têm vivido.

Eis seus feitos coletados,

Aqui escritos e pintados.


Primeira travessura

Há gente que é caprichada

Em criar a galinhada;

A vantagem são os ovos,

Cada dia terá novos,

E também de vez em quando

Come assado um dos frangos;

Ademais, suas plumas são

Uma boa proteção;

No cobertor, na almofada,

Não passará noite gelada.

Viúva Bolte também não gostava

Quando o tempo esfriava.

Eram três suas galinhas

E mais um galo ela tinha.

O que pôs Max e Moritz a pensar:

— Qual peça poderíamos pregar?

E em segredo, um, dois, três,

Cortaram pão com rapidez.

Quatro pedaços, ligeirinho,

Na grossura dum minguinho.

E nas fatias, amarrando,

Prendiam cordas se cruzando;

Puseram tudo bem precisamente

No pátio da mulher clemente.

O galo viu e não tardia

Em chamar sua companhia:

Cocoricó! Aqui tem pão!

E elas vêm pra refeição.

As galinhas e o galo

Tragam alegres o regalo;

Mas logo mais as aves notam:

Ao caminhar elas se puxam

Deste lado para lá

E do outro para cá.


Batendo asas, desesperadas,

Voam alto, ai, coitadas!

Há um galho que as prende,

Sua goela se distende,

Ficando mais e mais comprido;

Seu canto, mais e mais sofrido.

Todas puseram mais um ovo,

Mas a morte vinha logo...

Dona Bolte em seus aposentos

Escutara os lamentos.

Desconfiada ela sai,

Que visão terrível, ai!

— Corram, lágrimas, em abundância!

Pois toda a minha esperança,

O mais belo sonho que eu já tivera,

Pendura nesta macieira! —

Em profunda depressão

Apanha agora o facão,

Corta a forca dos defuntos

Para enterrá-los juntos.

O olhar baço de pesar

Retorna muda ao seu lar.

Esta peça acaba assim,

Mas falta muito até o fim.


Escrito e ilustrado por Wilhelm Busch,

traduzido do alemão por Stefanie Herzog.


Agradeço a projekt-gutenberg.org pelo livre acesso às imagens e ao texto original.





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© 2022 by Stefanie Herzog.

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